História e arte brasileira: Museu do Pontal no Rio de Janeiro

Neste final de semana tive a oportunidade de conhecer a “nova casa” do Museu do Pontal, aqui no Rio de Janeiro. Este museu, em seu início, era um acervo pessoal de 45 anos de buscas e estudos do designer francês Jacques Van de Beuque que ao longo de sua vida foi adquirindo peças dos mais diversos artistas e artesãos do Brasil. Assim, atualmente o museu pode ser considerado o maior e mais significativo museu de arte popular do nosso país.

entrada da exposição. Orquestra de pífanos do artista Luiz Antônio de Caruaru (PE)

A exposição encanta com tantas cores, formas, histórias e artistas em um só lugar. É como se pegassem o nosso Brasil, todas as suas épocas, todas as suas regiões, todas as suas manifestações culturais e colocasse em alguns metros quadrados. Lá conheci a verdadeira geringonça, ou seja, um boneco ou cenário que tem “engenhocas” que fazem todo o conjunto se mexer.

A entrada é gratuita, e existe a visita cantada, ou seja, mais que uma visita guiada, os arte-educadores cantam a exposição fixa.

Do lado de fora do museu há um lugar lindo onde podemos fazer picnic, além de que, se voce estiver muito cansado da exposição, pode descansar nas redes externas. Um lugar extremamente convidativo para um dia maravilhoso em familia ou com amigos.

E dessa vez, até eu saí na foto!

Até a próxima!

31 de Outubro – Dia do Saci Pererê

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As bruxas que me perdoem, mas hoje o nosso Saci também reina. Em 2003 foi elaborado o projeto de lei federal nº 2.762 que indicaria o dia 31/10 como dia do nosso personagem folclórico preferido.

Para contar a história ninguém melhor do que Câmara Cascudo, que em seu Dicionário do Folclore Brasileiro descreve nosso personagem como:

” Entidade maléfica em muitas, graciosa e zombeteira noutras oportunidades, comuns nos estados do sul.

Pequeno negrinho, com uma só perna, carapuça vermelha na cabeça que o faz encantado, ágil, astuto, amigo de fumar cachimbo, de entranças as crinas dos animais, depois de extenuá-los em correrias. Durante a noite, anuncia-se pelo assobio persistente e misterioso, ilocalizável e assombrador. Pode dar dinheiro.

Não atravessa água como todos os “encantados”. Diverte-se criando dificuldades domésticas, apagando o lume, queimando alimentos, espantando gado, espavorindo os viajantes nos caminhos solitários.

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Turma do Pererê – Ziraldo

Há muita documentação sobre o Saci, origem e modificação. Os cronistas do Brasil colonial não o mencionam. Parece ter nascido no século 19 ou finais do antecedente. Conhecemos aves com seu nome.

O carapuço vermelho é o pileus romano, e já Petrônio (Satyricon, 38) registrava a crendice romana do pileus do íncubo dar riqueza a quem o arrebatasse. O negrinho buliçoso, visível ou invisível, troçando de todos aparece no folclore português.

Muito obrigada Camara Cascudo por seu trabalho maravilhoso em registrar nosso tão riquíssimo folclore.

Bibliografia:

CÂMARA CASCUDO, Luis. Dicionário do Folclore Brasileiro. Ediouro Publicações S.A. 930p. 1954.