Livro LUGAR NENHUM

Hoje começo uma nova categoria aqui no site, a seção resenha. Quero com esta seção estimular aos que me acompanham a lerem livros que podem ser considerados interessantes, e começo com um dos livros mais inusitados que já li – Lugar Nenhum.

O autor Bjørn Berge é um norueguês de 70 anos, arquiteto e pesquisador. Tudo isso seria muito “normal” se não fosse a paixão dele por filatelia. Mas não são quaisquer selos, mas selos de países que não existem mais. Ele faz uma coletânea de selos no período de 1840 a 1975.

Sua escrita é leve, como se conversasse conosco, conta anedotas e curiosidades, fazendo parecer fácil toda a sua pesquisa, uma pesquisa histórica profunda, começando com as caracteristicas dos selos. Eles têm que estar carimbados, atestando que foram em algum momento enviados por serviços postais existentes.

Ao lado vemos o selo de Biafra, e percebemos o quanto Berge é didático nas informações geográficas.

Este país durou apenas três anos, mas deixou registrado a sua existência.

Enquanto descreve os “lugares nenhum”, ele deixa claro a questão do poder dos governantes e a questão de conquistas territoriais, muitas vezes encharcados com o sangue de inocentes.

Países que eu nunca ouvi falar, como a Heligoland, que existiu de 1807 a 1890 no mar do Norte, ou Inini, na fronteira do Brasil e Suriname entre 1931 e 1946, figuram entre os tantos esquecidos.

Eu poderia ficar aqui colocando nomes de vários países, por exemplo Bophal (1818-1949), um principado governado por mulheres, antes de ser incorporada à India e ser o cenário de uma das maiores tragédias ambientais que já tivemos na história, o incendio de uma fábrica da Union Carbide e ter matado de imediato 15 mil pessoas. Union Carbide que foi incorporada à Dow Química. Fantasmas mudam de nome, mas continuam sendo fantasmas…

Se você ficou curioso, como eu fiquei ao ver o livro, convido a voce lê-lo e depois trocarmos um dedim de prosa sobre suas histórias inusitadas.

Aceita o convite?

E hoje tem festa no céu, Ariano Suassuna recebe J. Borges

Hoje acordei com a triste notícia do desencarne do artista pernambucano José Francisco Borges, ou como J. Borges, como é mais conhecido.

E que coisa interessante, na segunda-feira eu fiz um post História e arte brasileira: Museu do Pontal no Rio de Janeiro que é onde está a exposição das xilogravuras de J. Borges. Pensei em deixar par fazer um post só para ele, e eis que hoje meu coração está em luto, e eu me vi querendo fazer essa homenagem.

teto da entrada do Museu do Pontal

J. Borges foi cordelista, artista e poeta brasileiro. Foi amigo de Ariano Suassuna, um dos maiores escritores de todos os tempos de nosso país. Sobre Ariano, assim ele escreveu:

“Quando Ariano [Suassuna] disse que eu era o melhor gravador popular do Nordeste, o povo acreditou e eu tive sorte. De 1971 para cá, meu nome começou a sair pelas fronteiras de Pernambuco e para o sul do país, e depois para o estrangeiro”

Ele começou com sua carreira como xilogravurista porque escreveu um cordel e não tinha dinheiro para pagar um artista. A sua produção chegou às academias e ultrapassou as fronteiras do Brasil, apesar de ele morar em Bezerros até sua morte.

J. Borges tem uma produção imensa, e voce poderá ver DE GRAÇA esta exposição no Museu do Pontal.

Borges expôs nos Estados Unidos e na Europa, saiu no New York Times. Mas nada disso reflete a obra maravilhosa que ele nos deixou. Um legado de cultura popular.

Na realidade eu poderia escrever um livro aqui sobre as obras dele, mas hoje me permito ter um post onde as obras são mais importantes do que as palavras. ainda estou com as sensações de domingo no meu corpo, no meu coração.

Mas antes de encantar os olhos de voces com as obras de J. Soares, eu digo – VENHAM AO MUSEU DO PONTAL!!!!. Além de ser um espaço GRATUITO, tem uma área maravilhosa de picnic. Chame seus filhos, seus netos, seus amigos para um dia único. Vejam as exposições, tragam sua cestinha, seu cooler e faça um picnic inesquecível nas áreas abertas do Museu.

Não precisamos de dinheiro para sermos felizes, precisamos de estar ao lado de quem amamos

Sejamos felizes no Museu do Pontal

PRIMEIRO TEM QUE APRENDER A VIVER, PARA SER FELIZ DURANTE A VIDA, DEPOIS É QUE APRENDE AS PROFISSÕES – J. BORGES

Até a próxima!